25 de Julho: Homenagem a Bruno Candé e denúncia do Ódio Racial

Comunicado de Imprensa

Hoje, dia 25 de Julho, lançamos um filme curto em homenagem a Bruno Candé, ator português, que há três anos foi tragicamente assassinado por um ato de ódio racial. O vídeo intitulado “Bruno Candé” é uma iniciativa do SOS RACISMO e visa lembrar a trajetória e o legado de Bruno, enquanto denuncia a persistência do racismo na nossa sociedade.

VER AQUI: https://www.youtube.com/watch?v=PSHjwraxb0E

Bruno Candé foi vítima de um crime de ódio racial, assassinado com cinco tiros por um racista. A tragédia revelou uma dura realidade do racismo enraizado na sociedade portuguesa e a sua consequência mais fatal. O vídeo apresenta a vida de Bruno Candé pelas palavras da sua irmã e destaca como, após sua morte, a sua dignidade foi ferida por discursos de ódio e negação da existência do racismo em Portugal.

Com a produção da VMLY&R e SHOW OFF e a realização de Patrícia Couveiro, o vídeo “Bruno Candé” é uma poderosa mensagem que visa despertar consciências sobre a importância de combater o ódio racial e os seus discursos.

Convidamos a imprensa e o público em geral a assistir e partilhar este trabalho audiovisual, contribuindo para ampliar o alcance desta mensagem. É hora de somarmos esforços na luta contra o racismo e garantir que nenhuma outra pessoa volta a ser vítima da violência e discriminação.

O vídeo está disponível para visualização aberta a partir de hoje nas redes sociais do SOS RACISMO (Youtube, Facebook e Instagram).

25 de Julho de 2023 SOS RACISMO

Texto de apresentação do filme:

Dia 25 de Julho assinala-se o 3o aniversário da morte de Bruno Candé.
Bruno Candé foi assassinado com 5 tiros por um racista, como ficou provado na sentença. Foi vítima de um crime de ódio racial.

“Preto, volta para a tua terra”
“Vou buscar as armas com que vos matava na sanzala”

O racista ameaçou durante vários dias e depois matou. Mas, Bruno Candé, foi morto duas vezes. Porque, nas horas e dias seguintes, matavam a sua dignidade.

As reportagens no local, as palavras que descreveram o acontecimento, a manifestação de um partido racista e fascista feita nos dias seguintes com o mote “Portugal não é racista”

Há sempre uma culpa para a pessoa negra ou racializada. Há sempre uma desculpa para o branco. Uma explicação, uma lógica, uma mentira.

Portugal é um país estruturalmente racista. Não admite sê-lo, e assim, não havendo o que parar, não há como travar o racismo.

Bruno era um ator português da companhia de teatro Casa Conveniente.
Participou em Macbeth ao lado de José́ Raposo, atuou no Da Maria, participou em novelas, fez dança, estava a realizar o sonho que era o seu desde sempre: ser ator.

Tinha 39 anos e 3 filhos menores.
Não era um “jovem negro”, era o Bruno Candé.
Não foi morto num triste acaso, foi um crime de ódio racista.

Em seu nome, e de outros como Alcindo Monteiro, é preciso parar o discurso de ódio. Educar, mas também denunciar, condenar e interpelá-lo na rua, se for preciso.

A mão ferida do Bruno Candé, a mão que tentou parar a primeira bala, podemos e devemos ser todos nós.

Este filme é uma ideia da VMLY&R com produção da SHOW OFF/MOLA e realização da Patrícia Couveiro.

SOS RACISMO / VMLY&R / SHOW OFF