Untitled

Notícia do Público (Internacional): Sete sérvios bósnios foram condenados hoje por genocídio a penas que variam entre os 38 e os 42 anos de prisão, por participação directa no massacre de civis no enclave de Srebrenica, em Julho de 1995.Os juízes do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPI-J) consideraram provado que os sete homens, polícias e paramilitares do autoproclamado governo sérvio da Bósnia, participaram na execução de mais de um milhar de muçulmanos, em apenas um dia. Outros quatro arguidos no mesmo processo foram ilibados pelo tribunal.

Untitled

Notícia do Público: Se, numa feira, vir um soldado da GNR a revistar as trouxas de um grupo nómada de vendedores, não fique surpreendido. Se numa rua deparar com o mesmo soldado a pedir contas ao mendigo que, sentado no chão, estende a mão à caridade, não se espante. Nem tão pouco se admire caso encontre o mesmo agente da autoridade a irromper por uma casa e a proceder criminalmente contra a locatária, senhora que supostamente ganha a vida a troco de dinheiro por serviços sexuais prestados.

Quinta da Fonte: nenhum ruído pode impedir o debate que se impõe

Convém, antes de mais, deixar claro que o SOS Racismo não se pronunciou sobre a Quinta da Fonte no calor dos acontecimentos, não por procurar fugir da suposta questão racial subjacente, mas porque e como aliás, vai sendo assumido pelos próprios moradores e todas as instituições e actores sociais que trabalham no terreno, por julgar que não se tratou substancialmente de uma questão de violência racial entre as comunidades do bairro, como muitos pretendem fazer passar a ideia. Foi uma desavença que ocorreu ali como podia ter ocorrido em qualquer lugar do país com as mesmas características; sendo porém evidente que neste caso em concreto, as tensões que existem entre as comunidades não estão verdadeiramente arreigadas no racismo ordinário como o conhecemos, mas antes numa tensão social resultante das degradadas condições de vida do moradores do bairro, sejam eles de que etnia for. Sobre isto, a história já está suficientemente contada e ainda por cima pelos próprios envolvidos e portanto, nada mais a acrescentar. E mais, se dúvidas ainda subsistissem quanto à falsidade da tese racista, elas foram dissipadas pela entrevista dada pelo Presidente do Agrupamento de Escolas da Apelação, Dr. Félix Bolaño à Renascença e ao Público colocando os problemas no seu devido lugar.
Mas se por um lado, o SOS Racismo nunca pretendeu defender a imunidade de qualquer sociedade ou cultura ao racismo, por outro lado, não pactuamos, de maneira nenhuma, com todo o ruído que procura impedir a verdadeira discussão das causas que estão na origem dos problemas no bairros sociais, como por exemplo, a guetização das minorias, consequência da sua discriminação institucional.
O que importa discutir são as políticas que estão na origem das miseráveis condições de vida nos bairros sociais e no caso em apreço, na Quinta da Fonte.
Aliás, o senhor Presidente da Câmara de Loures reconhece que o realojamento da Quinta da Fonte foi um erro, mas persiste no mesmo erro ao querer realojar no mesmo bairro e à sua revelia, os moradores do Bairro do Talude! O Senhor Presidente vem dizer que existem muitas rendas em atraso, quando a primeira medida que tomou, mal tomou posse, foi tentar aumentar exponencialmente e de forma indiscriminada as rendas dos bairros sociais! Só não o conseguiu porque enfrentou a mobilização dos moradores!
Alguns políticos vêem agora derramar lágrimas de crocodilos ao falar na degradação do edificado e na falta de infra-estruturas, quando o SOS Racismo, já em Maio de 1999 (vide Público, Capital e Diário de Noticias do 7 de Maio de 1999), alertava para a incúria das autoridades municipais e centrais na adjudicação da obra para a construção do Bairro da Quinta da Fonte! Já nessa altura, havia problemas com o sistema de saneamento, nomeadamente dos esgotos! Esta obra, como aliás a maior parte das obras de bairros sociais, são feita contra todas as regras de urbanismo e de arquitectura. Porque, neste caso por exemplo e, em muitos casos de construção de bairros de realojamento, as necessárias fiscalizações foram omissas, a qualidade dos materiais de construção deixam muito a desejar e o envolvimento dos visados foi nulo.
As políticas de realojamento basearam-se sempre em remendos em vez de assentar numa organização territorial que permitisse uma gestão democrática do território que fomentasse a convivência de todos os grupos étnicos em igualdade de circunstância! A filosofia política dos bairros de realojamento foi substituir barracas de latas por barracas de betão!
Portanto, querer situar os acontecimentos da Quinta da Fonte numa suposta questão racista entre comunidades é querer tapar o sol com a peneira, porque o que acontece na Quinta do Conde, no Porto, na Bela Vista, em Setúbal, nas Maraianas em Carcavelos, em Santa Filomena, na Amadora, na Quinta da Torrinha, na Ameixoeira, etc., etc., não é em nada diferente dos últimos acontecimentos e não são manifestações de racismo, convenhamo-nos!
Pois, daria jeito a muita gente atiçar o conflito das vítimas do racismo quotidiano para legitimar as suas barbáries e desculpar-se dos seus pecados! Se até os pretos, os ciganos, os pobres, são racistas, porque não assumir a inevitabilidade do racismo, pensarão assim muitos pseudo politicamente incorrectos!
O SOS Racismo nunca pactuou com qualquer espécie de violência e muito menos com o racismo, venha ele donde vier, no entanto, que fique claro, nenhum ruído nos impedirá de apontar o dedo aos responsáveis da situação que se vive nos bairros sociais: os políticos dos sucessivos executivos governamentais e camarários que, numa clara política de segregação espacial, empurraram as minorias étnicas em guetos sem condições nenhumas.
Comunicado de imprensa do SOS RACISMO

Untitled

Notícia do Público: A leitura do acórdão do julgamento Mário Machado, apontado como líder do movimento Portuguese Hammerskins, e de outros 35 arguidos acusados de discriminação racial foi adiada para amanhã por doença de um dos membros do colectivo de juízes.O veredicto do julgamento, que se iniciou a 08 de Abril no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, sob fortes medidas de segurança, foi adiado para as 11h00. Os 36 arguidos, conotados com o movimento “skinhead”, foram pronunciados a 29 de Novembro de 2007 pelo crime de discriminação racial e outras infracções conexas, incluindo agressões, sequestro e posse ilegal de armas, após uma investigação efectuada pela Direcção Central de Combate ao Bandistismo (DCCB) da Polícia Judiciária, sob a direcção do Ministério Público (MP).

Untitled

Notícia do Público: Esta madrugada, as famílias ciganas decidiram abandonar a rotunda da Ponte de Frielas e instalarem-se provisoriamente em casa de familiares. A decisão surgiu após uma reunião que o porta-voz da comunidade, José Fernandes, e o advogado das famílias tiveram ontem à noite com a governadora civil de Lisboa e um representante da Segurança Social.

Untitled

Notícia do Público: O presidente da Câmara Municipal de Loures negou ter sido responsável pela operação que retirou as famílias ciganas do jardim junto à autarquia. As famílias da Quinta da Fonte foram forçadas a sair pela Polícia de Segurança Pública (PSP) numa operação que ocorreu de manhã.”A PSP fez aquilo que tinha de fazer, uma vez que se tratava de uma concentração ilegal. Os ciganos estavam a ocupar um espaço público impossibilitando a população de usufruir do jardim”, disse Carlos Teixeira.

Untitled

Notícia do Diário de Notícias: Marco e outros amigos africanos participaram ontem na Marcha pela Paz, organizada pela Vitamina C (um grupo de jovens católicos), Associação de Jovens da Apelação e o Grupo Cidadania. Também ele percorreu as ruas da Apelação, e entrou no seu bairro, passou à porta onde vive, mas o seu vizinho, cigano, do mesmo prédio não veio. Nem ele nem as 53 famílias a viver actualmente num jardim público à frente dos Paços do Concelho de Loures. “Acredito que esta marcha seja um sinal para que eles vejam que há abertura de todos. Para que voltem. E eu acredito que vão voltar. Da nossa parte, estamos a mostrar que queremos. Agora é preciso que eles queiram também”, acrescenta o jovem. Maria Barroso, que igualmente participou na iniciativa, tal como o padre Vítor Melícias, acredita que sim. “Tenho fé que as pessoas sejam tolerantes”, afirmou.